A MEV é uma prática clínica baseada em evidências científicas que ajuda os pacientes e seus familiares a adotarem e manterem hábitos saudáveis que afetam a saúde e o bem estar usando abordagens terapêuticas baseadas no estilo de vida.
Uma vez que a maioria das doenças modernas são causadas pelo estilo de vida, mudanças no estilo de vida devem ser parte da cura. Embora muitos campos da medicina utilizam e orientam o estilo de vida dos pacientes como parte de um processo de prevenção ou cura, a MEV é distinta porque a mudança do estilo de vida é prescrita como terapia de primeira linha e a mais importante para o tratamento, controle e reversão de doenças. Além disso, a MEV exige engajamento e responsabilidade dos pacientes para os resultados no tratamento.
A MEV utiliza a ciência da nutrição, atividade física, sono, controle do estresse, prevenção de substâncias de risco e conexão social.
A MEV
- Reconhece a relação entre o estilo de vida e os desfechos em saúde.
- Educa, orienta e apoia mudanças positivas de comportamento.
- Usa a ciência que está por trás de mudanças de comportamento.
- Trata as causas subjacentes da doença relacionadas ao estilo de vida.
- Usa medicamentos como complemento para mudanças terapêuticas no estilo de vida.
- Considera o ambiente doméstico e comunitário do paciente.
- Em nenhum momento fala sobre pessoas perfeitas, mas sempre de pessoas buscando seu aprimoramento.
- Visa acima de tudo uma vida bem vivida!
Origem da MEV
Pioneiros:
Hipócrates: “Deixe sua comida ser seu remédio, e seu remédio seja sua comida”.
Thomas Edison: “O médico do futuro não dará remédios, mas interessará seus pacientes nos cuidados com a estrutura humana, na dieta e na causa e prevenção de doenças.”
Em 2004 foi fundado o Colégio Americano de Medicina do Estilo de Vida e em 2016 o Conselho Americano e o Conselho Internacional de Medicina do Estilo de vida que promovem exames de certificação para clínicos em vários países do mundo.
Abordagem da MEV inclui 6 pilares:
- Dieta predominantemente Whole food Plant Based – principalmente comida com base nas plantas (grãos inteiros, vegetais, frutas, leguminosas, legumes) e com poucos produtos de origem animal (lácteos, carnes e ovos).
- Atividade física regular.
- Sono adequado.
- Controle do estresse.
- Evitar substâncias de risco como álcool e tabaco.
- Relacionamentos saudáveis.
O que é saúde
Em 1948 a Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu a saúde como um estado de completo bem estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doenças.
Em 2009 um novo conceito geral de saúde foi proposto em uma conferência internacional realizada na Holanda e publicado em 2011: Saúde como sendo a capacidade de se adaptar e auto-gerir frente aos desafios físicos, emocionais e sociais.
Porque falar de saúde é tão importante?
Porque a expectativa de vida está aumentando em diversos países e o desafio para o futuro consiste em promover o aumento desta expectativa de vida de forma saudável e livre de incapacidades.
Em termos individuais, estima-se que o processo do envelhecimento seja determinado em até 25% pela genética e em 75% por fatores extrínsecos. Desta forma, existem múltiplos fatores ambientais, comportamentais, psicológicos, inflamatórios, endócrinos e sociais capazes de modificar a taxa de envelhecimento.
O que está nos adoecendo e matando?
As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são consideradas as principais causas de morte e incapacidades, tanto em nível nacional quanto mundial. No Brasil, elas representam um desafio para a saúde pública e correspondem a 72% das causas de mortes. Em nível mundial, dados do relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre DCNT mostram que elas são responsáveis pelas principais causas de óbitos e estima-se que são responsáveis por 41 milhões de mortes anuais, as quais representam 71% de todas as mortes no mundo.
As DCNT têm causas multifatoriais e se desenvolvem ao longo de anos até poderem se tornar permanentes.
As principais DCNT são as doenças cardiovasculares, os acidentes cerebrovasculares, as doenças respiratórias crônicas, diabetes mellitus (DM), neoplasias, Alzheimer.
Todas elas possuem em comum fatores de risco modificáveis, como o tabaco, a alimentação não saudável, uso nocivo do álcool, sedentarismo, IMC elevado, pressão arterial e glicemia elevados.
O estilo de vida das pessoas com uma dieta inadequada, inatividade física, isolamento e estresse, distúrbios do sono e disbiose está associado ao desenvolvimento das DCNT, afetando a sua qualidade de vida e podendo levar a limitações consideráveis aos indivíduos.
Essas doenças necessitam de acompanhamento médico regular, demandam tratamento complexo e exige da pessoa acometida adesão a comportamentos de autocuidado.
Nossa proposta então é trabalharmos com a medicina da saúde! Aquela capaz de trazer liberdade e autonomia na escolha e manutenção de hábitos saudáveis capazes de prevenir, controlar e até mesmo tratar algumas doenças.
Não somos contra o uso de medicamentos e sabemos que eles são de extrema importância para você em algumas situações, mas como dito aqui, podemos, com nosso estilo de vida adequado e saudável recuperarmos a saúde perdida e conquistarmos a melhor saúde de nossas vidas hoje!
Seja protagonista da sua vida e da sua saúde! Vamos trabalhar juntos para que o processo de envelhecimento não seja jamais um empecilho para que você viva bem e com saúde por toda a sua vida.
Alessandra Ceravolo
Referências bibliográficas:
https://lifestylemedicine.org/
